Sombras...

Ah, as sombras!

Velhas conhecidas do acaso.

Afogando aqueles que perderam o amor.

Transformando cada momento em amargura.

Dor.

As sombras vigiam.

Olham e imploram por novos seguidores.

Mas somente as almas mais perdidas aceitam o chamado.

Há algo nas sombras que me encanta.

Minha alma acostumou- se a elas.

Ainda resta luz em mim, mas as sombras... Encantam-me.

Submersa em algo que não entendo, sigo.

Sigo sentimentos que insistem em se tornar enevoados.

Odiar isso?

Talvez.

Talvez odeie o simples fato de sentir- me atraída por algo que não compreendo.

Enquanto as respostas não surgem... Aguardo.

Aguardo o meu retorno ao mundo de luz.

Sentimentos....

Sentimentos que outrora fora obscuros.

Deixando- me submersa em sombras conhecidas da alma.

Alma essa que hoje encontra- se entorpecida  de luz.

Luz trazida por ti,

Oh, Senhor das Colinas.

Tua luz trouxe- me de volta a realidade...

Que iremos partilhar juntos.

Finalmente encontrei- te.

Em meio a sombras, te descobri.

Dia após dia, apaixonei- me mais.

Não era, mas aconteceu.

O sentimento cresceu... Os meses passaram.

E finalmente, estamos juntos.

Sombras? Não mais.

Agora, o que  temos, é luz.

Luz que afasta o que pode nos machucar.

A tua luz é o meu sol.

Que me aquece e me faz brilhar.

Silêncio.

A noite o silêncio me invade...

Todas as incertezas se manifestam.

A noite tudo faz sentido.

Um sentido frio, distante.

Fazendo- me recuar milhares de milhas.

Somente para de manhã, acordar.

Acordar para da sequencia a este circulo de horrores. 

Focando o vazio que em mim existe.

Amor.

Distante amor que consome- me aos poucos.

Deixando- me em meio a sentimentos desconhecidos.

Andando sempre por pisos incertos.

Incertezas traidoras.

Fazendo- me desistir do que é o certo.

O certo que me mantem feliz em meio a este caos.

"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. 

Provavelmente a minha própria vida. "

 Clarice Lispector  

Deixe- me...

Deixe- me sozinha para pensar.

As incertezas ainda me rondam... 

Por mais que eu não as permita interferir em minhas decisões.

Deixe- me observar a lua noite fria.

Deixe que a sua luz penetre em meu corpo e me acalme.

Deixe- me fechar os olhos e absorver o ar puro que a noite emana.

Deixe- me adormecer ao teu lado...

Apenas deixe- me ficar contigo e te acalmar.

Esconder- me...

Ir para longe, onde meus sentimentos não possam alcançar- me.

Traindo- me com falsas esperanças.

Deixando- me tonta.

Sufocada.

Fazendo- me cair em meio a sombras já conhecidas.

Antes frequentadas ... 

Tornando- se parte da minha essência...

Mas fazendo- me manter a luz que ainda  resta.

Jornada...

Encontrei-me em meio ao desconhecido.

Aos poucos, deixei-me dissolver.

Misturando-me ao ambiente.

Ambiente claustrofóbico.

Enigmático.

Forçando-me a abandonar velhos hábitos.

Encontrando em meio a tudo isso um amor.

Amor que regenera, que sara.

Que aos poucos vai transformando o que em você era sombra, em luz.

Mesmo estando a quilômetros de distancia...